algo a sufocava e ela queria gritar. ele esperava uma reposta.
queria dizer todos os seus segredos mais secretos, queria mostrar todos os seus tipos de sorrisos, queria fazer tudo e queria fazer nada. queria dançar descontroladamente e lentamente, queria fingir que era a princesa e queria fingir que era a bruxa. queria ser a indefesa e ser a ousada.
queria ser os inversos, os opostos, os contrários, os avessos, os adversos... queria experimentar o oito e o oitenta.
ela queria dizer tudo e não se importar, e depois se importar só um pouco, e depois bastante, até chegar a hora de pedir desculpa para ele. e logo depois não se importar de novo, mandando-o embora. ela riria alto. de repente não saberia por que estava rindo e perceberia que não é isso que ela quer. ela perceberia que o quer o mais próximo que puder tê-lo.
quando ele estivesse quase atravessando a linha que os separaria, ela gritaria para ele, dizendo para esperá-la. correria em sua direção, jogando seu corpo sobre o corpo dele, pulando nos seus braços fortes, abraçando-o com suas pernas. ela perceberia que ele é o que ela precisa.
ela não ligaria se a achassem louca ou normal, se estivesse chovendo ou tivesse um sol no céu. não ligaria para nada e ligaria para tudo.
ele a entenderia no final, abraçando-a de volta, sentindo que dentro daquele corpo há muitas emoções e ele gostaria de experimentar todas, contanto que estivesse com ela.
algo a sufocava e ela queria gritar. e agora ela sabia o que ela precisava gritar.
mas ela não precisava gritar; podia sussurrar ou apenas dizer normalmente.
ela descobriu que o que a sufocava era chamado amor. então ela somente aproximou-se dele, abraçando-o calmamente, como sempre, e disse:
- eu te amo.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário