"por quê?", ela implorava. "só me diga isso."
a paciência estava se esgotando; não demoraria muito para explodir.
o tempo nunca fora um dos seus camaradas. se ele quisesse se resolver com ela, precisaria se acalmar. enquanto a via gesticulando, com lágrimas em seus olhos que costumavam ser uma de suas distrações favoritas, seu pensamento o tirou dali, daquele momento.
a voz dela anulou-se; um silêncio fora ouvido brevemente, antes das lembranças invadirem sua mente. lembrou-se dos seus desejos, vontades e metas. lembrou do que queria na sua vida há uns anos e percebeu que não tinha chegado perto de nenhum deles.
seu desejo de viajar pelo mundo nunca fora se tornado realidade por causa da donzela que simplesmente não queria ir, sem nenhum motivo. as vontades dele eram sempre interpretadas como loucuras e não adiantava ele dizer que não se importava com os outros, porque ela se importava. sua meta de vida, desde suas propostas de trabalho até a cor da parede de seu próprio apartamento, nunca parecia ser bom o suficiente para ela.
ela não era uma rainha. por mais que o relacionamento estivesse em uma monarquia.
ele demorou para perceber no que sua vida havia se tornado.
aquele relacionamento que não parecia ser como o início. aliás, esse era o xis da questão, esse era o porquê daquela conversa.
"não dá mais certo..."
"claro que dá." suas mãos já trêmulas; o medo da rejeição. "tudo sempre deu certo pra gent..."
"não se atreva a dizer para gente. sempre deu certo para você. eu fazia tudo que você queria."
ela não sabia como era ser rejeitada; ela era aquela quem rejeitava, nunca o contrário.
as lágrimas ainda desciam pelo seu rosto, quando ele voltou ao presente momento.
"não tenho mais paciência." fora sua resposta.
os gritos poderiam ser ouvidos de longe. ele ignorou, deu-lhe às costas e seguiu seu caminho.
domingo, 8 de agosto de 2010
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