quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ah, segunda.

Era uma segunda de manhã. O casal estava sentado: ela estava dormindo, ele, ao seu lado, com a mão na coxa dela. Não uma demonstração com qualquer tipo de conotação sexual; ele apenas a repousava lá. As estações vão se passando e ela continua dormindo. Ele se inclina e ela responde ao ato automaticamente. Aos cochichos, ele diz algo a ela e faz um sorriso brotar nos lábios dela. Ela concorda e o sorriso tímido se abre mais ainda. Ela dá um beijo no rosto dele, ele corresponde com um beijo na boca, mas discreto, afinal, eles estão em um lugar público. Ele se prepara pra levantar. Foi aí que percebi que aquilo era um até logo. Aos sussurros, ele a fez sorrir desejando-lhe um bom dia, dizendo que lembraria dela durante o dia e alguma coisa engraçadinha para uma segunda de manhã, deixando o dia dela um pouco mais animado. Ou algo assim, imagino eu. A estação chegou. Ele se levantou, saiu, e, pela janela, comentou algo e fez um sinal de telefone com as mãos. Para ela ligar quando chegasse? Ele ligaria? As portas fecharam e o trem partiu. Ela se arrumou e, duas estações depois, desembarcou do trem. Com o celular em suas mãos.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Depois de um ano...

E um dia, eu voltei.
Não sei por que não voltei antes. Tinha tanto a escrever, mas não escrevia.
Vamos ver se vamos conseguir voltar com o blog, atualizações e outras coisinhas (;

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

never again?

Era assim: eu e você.
Tudo foi uma troca de olhar.
Meu amigo se aproximou com um assunto bacana, até. Mas você, do outro lado, com seu vestido vermelho parecia muito mais bacana e interessante. Ignorei-o enquanto babava e seguia seus movimentos: pegou o café, levou até a boca e ergueu os olhos na minha direção. Concordei com o que seja lá o que ele estivesse falando enquanto conversava com você visualmente.
"Te achei interessante."
"Ah, é?"
"Sim. Muito."
"Para de ignorar seu amigo..."
"Que amigo?"
"Ou ignore e vem aqui."
"Posso mesmo?"
"O que você acha?"
- Desculpa, mas já venho. Ou não.
Levantei e deixei-o lá, com seu assunto inacabado e sem entender nada.
Atravessei a pequena distância entre nós e já não sabia o que fazer.
Você se levantou, olhou-me debaixo pra cima e tocou em meu ombro; não me olhou nos olhos. Como nossa comunicação seria agora?
Tentei ver e entender o que estava acontecendo, mas de nada adiantou.
Para que olhos se o que faríamos não precisaríamos deles?
Aproximei-me levando minha mão ao seu pescoço e beijei-a.
Nossa conversa visual agora era através de beijos, de tato e de outros sentidos.
"Café puro."
"Sim."
"Hm."
"Pega no meu cabelo."
"Mas aqui tem muita gente!"
"Leve uma mão até a minha cintura."
"Estamos no meio da rua."
"Não ligo. Continua assim!"
"Assim?"
"É..."
Palavras não precisavam ser ditas. Olhares não precisavam ser trocados.
Não estava acostumado com isso. Como seria depois?
"Pare de pensar."
Quando terminamos, finalmente escutei qual era o som que saia daqueles lábios grossos e delicados.
- Olá.
- Prazer.
O café ainda restava em nossos lábios. Precisava pagar outro a ela.
E ali foi o nosso primeiro encontro. Começamos do final pro começo.
Mal sabia eu que o começo, na verdade, era o final também.
Foram dois cafés, uma troca de olhar, alguns beijos e uma conversa.
E nunca mais nos vimos.

time pass me by.

O tempo passa, as coisas mudam e eu tô aqui.
Se há um ano me dissessem que eu estaria no "mesmo" lugar que do ano passado, eu riria bem alto e ainda acusaria a pessoa de louca. Hoje estou no mesmo lugar. Obviamente algumas - muitas - mudanças aconteceram, mas estou aqui: numa rotina que parece estar em mim desde sempre.
Isso que dá cuspir pra cima: acertei no meio da minha testa. Oh, santa ironia!
Se é bom, se não é, não sei. Tô vivendo e não sabendo o que esperar - o que é bem normal, não?
Os dias estão sempre naquela montanha-russa. Posso não saber o caminho, mas adivinho e não me supreendo tanto.
O tempo passa. As coisas mudam.
Mas eu ainda estou aqui?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

let it go.

A lua me banhava literalmente. Deitei, colocando minha cabeça em meu confortável travesseiro e percebi que a claridade estava em demasia no meu quarto.
Minha janela sempre ficava aberta. E essa noite ela estava recebendo uma lua linda, cheia e branca. Inacreditável.
Fazendo-me companhia e olhando-me dormir, ela permaneceu lá no alto, até que o sol apareceu e ela se foi... Assim como eu.