sábado, 8 de maio de 2010

intern war.

- arrrrrrrrrrrrrrrrgh!
a garganta dele estava coçando. algumas verdades estavam precisando sair... precisava deixar o vento levá-las por aí, fazê-las morrer nesse mundo e não sufocá-lo e fazê-lo morrer.
era tão difícil respirar, abrir sua boca, mexer sua língua e fazer suas cordas vocais emitirem algum som? ou tudo estava perfeitamente funcionando e faltava só coragem?
coragem de dizer, falar... coragem para escutar a resposta. "bateu, levou." seria assim?
o jeito foi emitir sons... era a mistura do som da suas lágrimas, seus gritos e seus murros.
suas lágrimas lavavam seu rosto, dizendo que ele jamais poderia dizer, que ele era fraco demais; seus gritos eram apelativos, era sua dor interna, suas verdades em outro dialeto; seus murros significavam sua raiva contida por tanto tempo por tanta coisa.
- arrrrrrrrrrrrrrrrgh! - um grito, um murro e tantas lágrimas.
se alguém o ouvisse, o chamaria de louco ou ficaria preocupado. era capaz de qualquer um que tentasse apartar sua briga interna, levasse um soco.
ninguém o vira nesse estado. se vissem, veriam um rosto completamente transtornado, o comparariam com um vampiro em busca de sangue, de um leão em busca da sua presa, de um humano irreconhecível com ódio e raiva transparecendo no olhar.
- arrrrrrrrrrrrrrrrgh! - os gritos eram constantes. sua garganta, já seca, começaria a doer a qualquer momento, mas ele não se importava. 'importar-se' não existia nesse momento.
a briga interna dele não parecia ceder nunca; tudo parecia apenas estar aumentando, não apartando. era difícil sair tudo? mais quantos gritos precisaria? e murros? e lágrimas?
sua voz começava a cessar, suas mãos começavam a doer, sua lágrimas começavam a secar.
seria o fim? ou somente o fim da primeira batalha e início da guerra?
dez segundos de silêncio.
- arrrrrrrrrrrrrrrrgh!
o silêncio era só uma pausa dizendo que a primeira batalha ele havia perdido.
não havia mais nada... ele estava condenado, era um perdedor.
quantas batalhas ele ainda precisaria para saber que sua guerra era em vão?

3 comentários:

Nat disse...

sempre são em vão. se por acaso vencemos uma guerra, sempre vem uma nova nos afrontar ¬

Carol disse...

to quase assim ): UASHDOISAHDI

saudade ♥

Babi disse...

pelo menos isso te dá inspiração para escrever :)
queria te dar um abraço!
xxx