quarta-feira, 30 de julho de 2014
Ah, segunda.
Era uma segunda de manhã. O casal estava sentado: ela estava dormindo, ele, ao seu lado, com a mão na coxa dela. Não uma demonstração com qualquer tipo de conotação sexual; ele apenas a repousava lá. As estações vão se passando e ela continua dormindo. Ele se inclina e ela responde ao ato automaticamente. Aos cochichos, ele diz algo a ela e faz um sorriso brotar nos lábios dela. Ela concorda e o sorriso tímido se abre mais ainda. Ela dá um beijo no rosto dele, ele corresponde com um beijo na boca, mas discreto, afinal, eles estão em um lugar público. Ele se prepara pra levantar. Foi aí que percebi que aquilo era um até logo. Aos sussurros, ele a fez sorrir desejando-lhe um bom dia, dizendo que lembraria dela durante o dia e alguma coisa engraçadinha para uma segunda de manhã, deixando o dia dela um pouco mais animado. Ou algo assim, imagino eu. A estação chegou. Ele se levantou, saiu, e, pela janela, comentou algo e fez um sinal de telefone com as mãos. Para ela ligar quando chegasse? Ele ligaria? As portas fecharam e o trem partiu. Ela se arrumou e, duas estações depois, desembarcou do trem. Com o celular em suas mãos.
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