Era assim: eu e você.
Tudo foi uma troca de olhar.
Meu amigo se aproximou com um assunto bacana, até. Mas você, do outro lado, com seu vestido vermelho parecia muito mais bacana e interessante. Ignorei-o enquanto babava e seguia seus movimentos: pegou o café, levou até a boca e ergueu os olhos na minha direção. Concordei com o que seja lá o que ele estivesse falando enquanto conversava com você visualmente.
"Te achei interessante."
"Ah, é?"
"Sim. Muito."
"Para de ignorar seu amigo..."
"Que amigo?"
"Ou ignore e vem aqui."
"Posso mesmo?"
"O que você acha?"
- Desculpa, mas já venho. Ou não.
Levantei e deixei-o lá, com seu assunto inacabado e sem entender nada.
Atravessei a pequena distância entre nós e já não sabia o que fazer.
Você se levantou, olhou-me debaixo pra cima e tocou em meu ombro; não me olhou nos olhos. Como nossa comunicação seria agora?
Tentei ver e entender o que estava acontecendo, mas de nada adiantou.
Para que olhos se o que faríamos não precisaríamos deles?
Aproximei-me levando minha mão ao seu pescoço e beijei-a.
Nossa conversa visual agora era através de beijos, de tato e de outros sentidos.
"Café puro."
"Sim."
"Hm."
"Pega no meu cabelo."
"Mas aqui tem muita gente!"
"Leve uma mão até a minha cintura."
"Estamos no meio da rua."
"Não ligo. Continua assim!"
"Assim?"
"É..."
Palavras não precisavam ser ditas. Olhares não precisavam ser trocados.
Não estava acostumado com isso. Como seria depois?
"Pare de pensar."
Quando terminamos, finalmente escutei qual era o som que saia daqueles lábios grossos e delicados.
- Olá.
- Prazer.
O café ainda restava em nossos lábios. Precisava pagar outro a ela.
E ali foi o nosso primeiro encontro. Começamos do final pro começo.
Mal sabia eu que o começo, na verdade, era o final também.
Foram dois cafés, uma troca de olhar, alguns beijos e uma conversa.
E nunca mais nos vimos.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
time pass me by.
O tempo passa, as coisas mudam e eu tô aqui.
Se há um ano me dissessem que eu estaria no "mesmo" lugar que do ano passado, eu riria bem alto e ainda acusaria a pessoa de louca. Hoje estou no mesmo lugar. Obviamente algumas - muitas - mudanças aconteceram, mas estou aqui: numa rotina que parece estar em mim desde sempre.
Isso que dá cuspir pra cima: acertei no meio da minha testa. Oh, santa ironia!
Se é bom, se não é, não sei. Tô vivendo e não sabendo o que esperar - o que é bem normal, não?
Os dias estão sempre naquela montanha-russa. Posso não saber o caminho, mas adivinho e não me supreendo tanto.
O tempo passa. As coisas mudam.
Mas eu ainda estou aqui?
Se há um ano me dissessem que eu estaria no "mesmo" lugar que do ano passado, eu riria bem alto e ainda acusaria a pessoa de louca. Hoje estou no mesmo lugar. Obviamente algumas - muitas - mudanças aconteceram, mas estou aqui: numa rotina que parece estar em mim desde sempre.
Isso que dá cuspir pra cima: acertei no meio da minha testa. Oh, santa ironia!
Se é bom, se não é, não sei. Tô vivendo e não sabendo o que esperar - o que é bem normal, não?
Os dias estão sempre naquela montanha-russa. Posso não saber o caminho, mas adivinho e não me supreendo tanto.
O tempo passa. As coisas mudam.
Mas eu ainda estou aqui?
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
let it go.
A lua me banhava literalmente. Deitei, colocando minha cabeça em meu confortável travesseiro e percebi que a claridade estava em demasia no meu quarto.
Minha janela sempre ficava aberta. E essa noite ela estava recebendo uma lua linda, cheia e branca. Inacreditável.
Fazendo-me companhia e olhando-me dormir, ela permaneceu lá no alto, até que o sol apareceu e ela se foi... Assim como eu.
Minha janela sempre ficava aberta. E essa noite ela estava recebendo uma lua linda, cheia e branca. Inacreditável.
Fazendo-me companhia e olhando-me dormir, ela permaneceu lá no alto, até que o sol apareceu e ela se foi... Assim como eu.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
don't ever look back.
Lá estava. As pernas sobre o banco da praça. O vento cortava o rosto.
"Que raio de verão é esse?", pensava. Não imaginaria que em pleno janeiro, o sol quase não apareceria; apenas as nuvens cinzas estavam ao céu. E aquilo combinava perfeitamente com o seu humor.
Se pedissem para descrever seu humor, não hesitaria em dizer: "Cinza, como este céu.".
Mas o cinza tornava-se escuro cada vez mais. O vento bagunçava seus cabelos. Alguns raios apareceram no céu. Não sabia se aguardava mais um pouco.
A mensagem no celular dizia para esperar. A dúvida estava ali, no ar, entre os raios.
Tentava se decidir conforme os raios apareciam.
"Se der um raio, eu espero. Se não, eu vou embora."
Mas ninguém ganhava nessa aposta. O que fazer, então?
Lembrou-se das conversas, tardes e noites que estavam juntos.
No celular, as mensagens ainda estavam guardadas. Selecionou uma aleatoriamente.
"Quem vê a gente, não sabe o que acontece de verdade."
Lembrava-se muito bem sobre o que era essa mensagem.
"Ah, se todos soubessem da verdade...", pensava.
Continou a ler todas as outras. Era muita coisa de uma vez só para ser digerida.
Os conteúdos eram os mais extremos: brigas, "bom dias", "eu te amo", "eu te quero".
Lágrimas estavam nos seus olhos, mas decidiu não chorar. Seria forte o bastante para não derramar uma lágrima sequer.
Lembrou qual era o real motivo do encontro.
Mandou uma mensagem.
"Assim como o céu, exatamente desse jeito, meu coração se quebra mais um pouco. E eu sei que ele jamais retornará ao que era antes."
Havia tomado uma decisão.
E agora não era hora de olhar para trás.
"Que raio de verão é esse?", pensava. Não imaginaria que em pleno janeiro, o sol quase não apareceria; apenas as nuvens cinzas estavam ao céu. E aquilo combinava perfeitamente com o seu humor.
Se pedissem para descrever seu humor, não hesitaria em dizer: "Cinza, como este céu.".
Mas o cinza tornava-se escuro cada vez mais. O vento bagunçava seus cabelos. Alguns raios apareceram no céu. Não sabia se aguardava mais um pouco.
A mensagem no celular dizia para esperar. A dúvida estava ali, no ar, entre os raios.
Tentava se decidir conforme os raios apareciam.
"Se der um raio, eu espero. Se não, eu vou embora."
Mas ninguém ganhava nessa aposta. O que fazer, então?
Lembrou-se das conversas, tardes e noites que estavam juntos.
No celular, as mensagens ainda estavam guardadas. Selecionou uma aleatoriamente.
"Quem vê a gente, não sabe o que acontece de verdade."
Lembrava-se muito bem sobre o que era essa mensagem.
"Ah, se todos soubessem da verdade...", pensava.
Continou a ler todas as outras. Era muita coisa de uma vez só para ser digerida.
Os conteúdos eram os mais extremos: brigas, "bom dias", "eu te amo", "eu te quero".
Lágrimas estavam nos seus olhos, mas decidiu não chorar. Seria forte o bastante para não derramar uma lágrima sequer.
Lembrou qual era o real motivo do encontro.
Mandou uma mensagem.
"Assim como o céu, exatamente desse jeito, meu coração se quebra mais um pouco. E eu sei que ele jamais retornará ao que era antes."
Havia tomado uma decisão.
E agora não era hora de olhar para trás.
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