ele sentiu que tudo estava se renovando. seria a vida que estaria mudando e indo para os devidos eixos? o sol que agora insistia em brilhar lá fora, mesmo com uma chuva vindo logo ali, ao leste, e o vento gelado cortando-lhe a face?
não sabia se tudo estava nos conformes. não sabia se as pessoas que ele tanto gostava estavam com dificuldades ou simplesmente dormindo.
ele só sentia o tempo, o clima... o vento quase o cortava no rosto, a chuva estava começando a cair, mas, ainda assim, o sol insistia em brilhar fortemente. quando abriu os olhos, viu o arco-íris.
achou que estava perto e quase correu para alcançá-lo.
será que encontro o pote de ouro no fim dele? e se eu for para o seu início?, ele pensou, decidindo se ficava ali apenas encarando ou se saía correndo até chegar ali no início-final do arco-íris.
seus pensamentos não duraram muito; uma chuva torrencial caiu sob ele.
a chuva lambia sua pele.
queria que ela levasse embora sua desconfiança, seu "pé atrás". queria que ela tirasse dele toda aquele sentimento de falta e o completasse com tudo que ele precisava - confiança, autoestima, verdades. mas as verdades nem sempre são boas, elas podem nos machucar.
o jeito era deixar o tempo passar. ele já estava ensopado. o arco-íris ainda refletia no céu não mais brilhante.
então ele seguiu. se chegasse no arco-íris, tudo bem. se encontrasse o pote de ouro, tudo bem.
mas ele só pensava em chegar em casa e saber se tudo ainda estaria do mesmo jeito ou se tudo estaria renovado, como ele achava que se sentia antes de pegar um resfriado.